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Poema de Augusto dos Anjos

domingo, 20 de outubro de 2013.

Olá gente, quanto tempo!!
Ando tendo alguns sentimentos e pensamentos meios solitários e um tanto quanto melancólicos de algo que nunca senti, ou melhor... algo que queria sentir e não sinto, por isso procurei sobre isso na internet e me veio esse poema de Augusto dos Anjos, que é um autor que me prende sempre que vejo ou leio algo dele...

Por isso, resolvi postar aqui para vocês dois dele, mas como são temas separados vou postá-los separadamente, assim este é o primeiro!

SOLITÁRIO
Como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos túmulos, um dia,
Eu fui refugiar-me à tua porta!

Fazia frio e o frio que fazia
Não era esse que a carne nos contorta...
Cortava assim como em carniçaria
O aço das facas incisivas corta!

Mas tu não vieste ver minha Desgraça!
E eu saí, como quem tudo repele,
-- Velho caixão a carregar destroços --

Levando apenas na tumba carcaça
O pergaminho singular da pele
E o chocalho fatídico dos ossos!



Augusto dos Anjos

É isso, espero que gostem e vamos ao segundo no próximo post 
Beijos